Regra atual permitia requisitar benefício não depositado até 30 anos depois. Decisão vale para ações referentes a depósitos feitos a partir desta quinta.
O Supremo Tribunal Federal
decidiu que um trabalhador poderá requerer na
Justiça até cinco anos depois os valores do Fundo de Garantia por Tempo
de Serviço (FGTS) que não tenham sido depositados pelo empregador. Pela
regra atual, esse prazo é de 30 anos.
A nova regra valerá somente para ações referentes aos depósitos
efetuados a partir desta decisão em contas do FGTS. Para ações que
já estão em andamento, permanece o prazo de 30 anos.
A decisão foi proferida num caso individual, em ação de uma funcionária
do Banco do Brasil que reclamava de valores não depositados em sua
conta no FGTS.
Por ter a chamada "repercussão geral", a decisão deverá ser seguida
pelos demais tribunais onde tramitam ações semelhantes que estavam
paradas à espera de uma manifestação do STF.
Em seu voto, o ministro Gilmar Mendes, relator da ação, argumentou que o
FGTS é um “crédito resultante da relação de trabalho” e está previsto
na Constituição como um direito trabalhista que, assim como os demais,
tem prazo de reivindicação de cinco anos anteriores ao fim do contrato.
Ele foi seguido por outros sete ministros da Corte. Discordaram somente
os ministros Teori Zavascki e Rosa Weber, que votaram pela manutenção
da regra dos 30 anos. A maioria dos ministros, porém, considerou que o
prazo de 30 anos é "dilatado" e prejudica a "estabilidade jurídica".
A reivindicação pelo prazo de cinco anos anteriores ao fim do emprego
já é válida para outros benefícios não pagos, tais como horas-extras.
Foi considerada inconstitucional regra da lei que mudou o FGTS, de 1990,
que estabelecia o prazo de 30 anos.
Fica mantida a regra que determina que, a partir da demissão, o
trabalhador tem somente dois anos para ingressar com a ação na Justiça.
Em qualquer caso, o tempo que ele demorar para ajuizar uma ação será
descontado do tempo do benefício requerido. Assim, se demorar um ano
para apresentar a ação, perderá um ano do benefício a que tinha direito.
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