Fatores emocionais e suas repercussões no ambiente de trabalho

O contágio emocional no trabalho

As emoções positivas fazem bem para a saúde física e mental de quem as pratica

Estudos psicológicos sugerem que as emoções demonstradas pelos seres humanos são contagiosas e que atitudes positivas e negativas afetam o desempenho no trabalho. Aqueles colegas que nunca têm nada positivo para falar, seja no ambiente de trabalho, na reunião da equipe ou na fila do restaurante acabam por sugar a energia de todos.
Essas pessoas geralmente possuem uma língua ferina e sua negatividade é capaz de estragar até notícias positivas. A professora Sigal Barsade, da Escola de Negócios de Wharton, observa que “ficamos vulneráveis ao contágio emocional” e que “as emoções passam de uma pessoa para outra, como se fossem vírus”.
Barsade vem estudando o impacto do humor, das emoções e da motivação do funcionário sobre seu desempenho e considera essencial a administração das emoções no local de trabalho para melhorar as relações interpessoais e, conseqüentemente, melhorar a qualidade da vida profissional.
Evite vampiros emocionais, pessoas carregadas de negativismo, inveja e rancor. Existem situações dentro da empresa em que ficamos sujeitos à convivência com pessoas pessimistas. Devemos respeitá-las e compreendê-las, mas não podemos nos deixar influenciar pela atmosfera ruim. Em vez disso, devemos nos tornar agentes de transformação, contagiando nossos colegas com boas doses de proatividade, alegria de viver, motivação e otimismo.
Estudos psicológicos demonstram que cerca de 80% das pessoas vivem fugindo da dor e do sofrimento, enquanto cerca de 20% buscam o prazer e a felicidade. Sejamos, pois, aquela pessoa que, ao ver um copo, acha que ele está sempre meio cheio em vez de meio vazio. É importante que venhamos controlar o leme da embarcação que conduz a nossa vida, assumindo a responsabilidade pelo nosso futuro.
Em virtude da concorrência acirrada no mercado de trabalho, temos, hoje, um número muito maior de profissionais tecnicamente qualificados do que há 10 anos. Entretanto, a capacitação emocional não vem acompanhando o desenvolvimento técnico. As limitações humanas transparecem nas cadeias negativas de nervosismo, desânimo, pessimismo, falta de paciência e tolerância, geradores de problemas de relacionamento no ambiente de trabalho.
A boa notícia é que as emoções positivas, demonstradas pela capacidade de achar graça e dar risada, também são contagiantes e fazem bem para a saúde física e mental de quem as pratica. O sorriso é o melhor presente que podemos oferecer a alguém. E não custa nada.
Há alguns anos, assisti a uma entrevista com o estudioso da cultura indígena Orlando Villas Boa. Ele dizia que durante seus longos anos de trabalho a serviço da Fundação Nacional do Índio (Funai), havia feito vários contatos com tribos da Amazônia que ainda não conheciam o homem branco. Antes do primeiro contato, orientava sua equipe para que sorrissem sem parar e não fizessem nenhum gesto brusco, pois existia o risco de os índios interpretarem como um sinal de hostilidade e atacarem. Ele disse que o sorriso é a única linguagem universal que todos entendem. Um sorriso franco e sincero é sempre um bom começo para nos tornarmos disseminadores de alegria contagiante.
Dizem que rir é o melhor remédio. E isso é uma grande verdade.


por Nelson Tanuma
 
20.03.2008 
 

Nelson Tanuma
Consultor, palestrante e escritor, especialista em desenvolvimento do potencial humano.


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